De acordo com o relatório do PNL, com a conclusão das obras em andamento e previstas pelo Programa Avançar e a ampliação de capacidade das ferrovias concedidas é possível otimizar a matriz de transporte de cargas brasileira.

Atualmente, com 1,5 trilhão de toneladas por quilômetro útil (TKU), as rodovias são responsáveis por 64% do transporte de cargas no Brasil. Já as ferrovias correspondem a um total de 18%, com 365 bilhões de TKUs.

No cenário projetado pelo PNL, em 2025, o setor ferroviário será capaz de transportar até 31% de toda a produção nacional.

Além da redução de caminhões nas estradas, que passam a corresponder a 50% da carga transportada, há também uma diminuição dos custos logísticos de R$ 54,7 bilhões por ano a partir de 2025.

Outro fator importante é a redução das emissões de gás carbônico. Com a transformação da matriz de transportes, 19 milhões de toneladas de CO2 deixarão de ser lançados na atmosfera a cada ano, cerca de 14% a menos do que no cenário atual.

Apresentado pelo Governo Federal em Brasília, o PNL foi elaborado pela EPL com o apoio do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, além da participação de diversos entes públicos e privados.

O trabalho, que está aberto para consulta pública até o dia 20 de abril, envolve todos os modos de transporte e foi realizado com base em pesquisas de origem e destino, dados amostrais de campo, estimativas e projeções de crescimento econômico, de produção agrícola e industrial e outros indicadores socioeconômicos.

Toda a malha de transportes foi georreferenciada e cargas foram divididas em quatro grupos: Granel Sólido Agrícola, Granel Sólido Não Agrícola, Granel Líquido e Carga Geral.

Redução de gargalos

Com mais de 30 mil quilômetros de extensão em gargalos logísticos no cenário atual, englobando basicamente rodovias e ferrovias, o PNL também aponta para o enfrentamento desse problema.

A conclusão dos projetos em andamento do Programa de Parcerias de Investimentos e os investimentos nas ferrovias concedidas possibilitam reduzir cerca de 20 mil quilômetros de gargalos logísticos em 2025, ainda em sua maior parte no setor rodoviário.

Para continuar a solucionar o problema além do cenário de 2025, o PNL também propõe uma carteira de projetos prioritários e uma carteira de estudos adicionais a serem realizados.

Ao identificar os atuais e futuros gargalos logísticos no país, o PNL retoma o planejamento da infraestrutura logística no Brasil. Desta forma passa ser um orientador de políticas públicas para o setor e um legado para futuras administrações.(Com informações do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil).